quarta-feira, dezembro 27, 2006

Programa definitivo

Após a análise de diversas candidaturas, o Cale Estúdio Teatro divulga os espectáculos e grupos seleccionados, sendo que todos são associados da ANTA - Associação Nacional de Teatro de Amadores.

DIA 20 JANEIRO
Abertura c/ presença de Ruy de Carvalho, patrono do evento

O SENTIDO DA VIDA, deEmílio Boechat
Encenador Hugo Gaspar
Pelo Grupo Amador de Teatro de Taveiro (Coimbra)

DIA 27 JANEIRO
A LIÇÃO, de Eugène Ionesco
Encenador Manuel Ramos Costa
Pelo Contacto - Companhia de Teatro Água Corrente de Ovar

DIA 3 FEVEREIRO
(N)A TUA AUSÊNCIA, de Paulo Ferreira
Encenador Luís Mendes
Pelo TPN - Teatro Passagem de Nível (Amadora)

DIA 10 FEVEREIRO
A VIZINHA DO LADO, de André Brun
Encenador João Gomes
Pelo Grupo Renascer (Esmoriz)

DIA 24 FEVEREIRO
HUMOR NÃO PAGA IMPOSTO, de Fernando Marques
Encenador Francisco Nogueira
Pelo Grupo Dramático Beneficente de Rio Tinto (Gondomar)
(Revista à Portuguesa)

DIA 10 MARÇO
ATÉ ÀS CINZAS, de Joaquim Murale
Encenador José António
Pelo ACGITAR (Gondomar)

DIA 17 MARÇO
KIKERIKISTE, de Paul Maar
Encenador José Teles
Pelo Cegada Grupo de Teatro (Alverca)

DIA 24 MARÇO
Encerramento c/ sessão de entrega de prémios
MÉDICO À FORÇA, de Molière
Encenador António Clemente
Pelo Ultimacto - Grupo de Teatro de Cem Soldos (Tomar)
(Extra-concurso)

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Texto da Conferência de Imprensa



[Casa-Museu Teixeira Lopes - 30 de Novembro de 2006]

Quando, num chuvoso sábado de manhã, já na longínqua data de 26 de Janeiro de 1986, nos reunimos para corporizar a ideia de montar uma pequena peça de Teatro, na Escola Secundária de Almeida Garrett, estávamos todos muito longe de imaginar que hoje estaríamos aqui a apresentar o “CALE-se”.
Éramos adolescentes a terminar o secundário, a quem, por sinal, a Arte dos palcos fascinava.
Todos os que se mantêm activos no grupo desde essa altura, já passaram mais anos juntos no Cale Estúdio Teatro (CET) do que a idade que tinham então.
E nestes últimos 20 anos, apesar das muitas mudanças pessoais profundas (ida para as faculdades, início da vida profissional activa, casamentos, filhos, etc.), conseguimos manter viva a chama de voluntariado cultural, sendo o CET, para nós, como uma segunda família.
Infelizmente, nos 20 anos do Cale não recebemos o presente que há muito desejamos: uma sede.
Continuaremos, no entanto, a trabalhar para isso, pois o facto de não ter surgido, até ao momento, a possibilidade de materializar esse sonho, não é razão para baixarmos os braços. Pelo contrário!
Nesse âmbito, a ideia de organizarmos um Festival ganhou forma instantânea. Nasceu o “CALE-se”.
A denominação “CALE-se”, surge, obstinadamente, com duplo sentido: em primeiro lugar, porque nunca ninguém conseguiu calar os amadores de Teatro, quer nos tempos da ditadura, quer hoje em dia, apesar do corte sistemático no apoio às actividade culturais; em segundo lugar, o nome surge como um apelo à população para que se junte ao Cale; envolva-se com o projecto do Cale, ou seja, “CALE-se”.
O “CALE-se” não é apenas mais uma mostra de Teatro, como as muitas que se realizam por todo o país.
O “CALE-se” pretende ser, à imagem da postura dos elementos do CET, o embrião proactivo de uma forma de estar no Teatro, um espaço de reflexão e debate que vise a adaptação dessa arte secular aos desafios do século XXI. Não é possível captar novos públicos sem a indispensável evolução artística e cultural dos seus praticantes e dirigentes, indo de encontro às expectativas do espectador.
Essa adequação de meios, estilos e formas, atendendo que os amadores de Teatro se expressam sobretudo no seio do Movimento Associativo, será também vital para o rejuvenescimento das Colectividades, das Associações de Cultura e Recreio e de todas as formas de associativismo cultural. Por isso, acreditamos que O “CALE-se” possa ser, a médio prazo, um Festival de referência para todos os não-profissionais de Teatro.
De destacar que o “CALE-se” é um verdadeiro Festival de Teatro, dada a sua índole competitiva. Serão atribuídos oito prémios de mérito aos trabalhos que o júri entender merecerem destaque nas diversas categorias a concurso. Realçamos, ainda, o “Prémio do Público”, destinado a premiar o melhor espectáculo, segundo a opinião dos espectadores
assíduos do Festival.
Tentaremos, dentro dos escassos recursos financeiros, levar a Canidelo o que de melhor se produz em Teatro de Amadores em Portugal, dando preferência aos grupos associados da ANTA – Associação Nacional de Teatro de Amadores, que partilha a nossa forma de estar, ver e sentir o Teatro de Amadores junto das comunidades, como um meio de socialização e crescimento, pessoal e colectivo.
Fica por isso o nosso apelo: venha desfrutar Teatro connosco!
Seja também um voluntário cultural! É fácil constatar que, sem o esforço dos amadores de Teatro, uma boa parcela da população portuguesa não teria acesso a esta forma de expressão artística.
É para eles que trabalhamos.
Como disse Lorca : “o estado de uma Nação mede-se pelo nível cultural da população”.